Pesquisar este blog

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Um lugar horrível

A entrada é agradável, a sensação é de um lugar moderno, aconchegante. Parece um restaurante ou padaria (ou lanchonete). Você resolve entrar.

Ninguém te recebe, nem te olha, nem dá bom dia. Aliás, fingem que você nem entrou. Você insiste. Escolhe uma mesa e se senta. Aliás, senta e espera...

Há 5 funcionários conversando ou olhando para baixo no balcão. Você tenta uma troca de olhar, um sinal, ergue as mãos num gesto bobo e inútil. Outros clientes entram e acontece a mesma coisa. (Ufa! Estou vivo, por um instante achei que era um fantasma.)

Insiste mais um pouco. Já vai pensando no que vai pedir (como, sem um cardápio?!). Faz uma combinação de opções. Outros clientes - com mais sorte por estarem mais perto dos atendentes - começam a pedir (ninguém levou cardápio). Impaciente, ou por ter amor próprio, a moça da mesa da frente levanta e vai embora.

Depois de uns 15 minutos, 5 clientes passarem na sua frente, sem bom dia e sem cardápio alguém vem e (faz o favor) tira seu pedido.

No dia 26/06/2014 eu escrevi este texto numa padaria próxima ao - naquela época - futuro empreendimento que eu iria abrir. Um local em que eu e uma dezena de pessoas insistia em frequentar. Sobretudo pela falta de opções.

Alguns meses depois, entre outubro e novembro do mesmo ano o local fechou as portas e encerrou as atividades. Por que será? Eu acho que sei a resposta. Espero nunca enveredar por este caminho.


Gabi Nunes
Enviado via iPhone

Nenhum comentário: