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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Hoje foi um dia inesquecível

Segunda-feira, 05/01/2015

Ser empreendedor é um caminho difícil, já comentei por aqui que uma das funções (novas) do blog seria contar mais a respeito. E tenho uma coleção de hostórias para contar. Mas a que aconteceu hoje, primeiro dia útil do ano (que tem que ser o ano da virada!) foi de abalar...

Ainda não sei causas, e já estou buscando saber para poder cortar o problema pela raiz, mas hoje me deparei com uma situação terrível, nova e inesperada.

Antes de revelar o que tanto me abalou, queria compartilhar algumas decisões que havia tomado no final do ano.

1. Consultando o comércio local, percebi que muitos restaurantes e docerias iriam fechar as portas. Ainda não tinha certeza quanto a seguir o mesmo caminho ou nadar contra a corrente e me beneficiar da situação, mas a queda brusca no movimento, semana após semana em dezembro só confirmaram: decidi fechar as portas por quase 2 semanas durante as festas de final de ano.

2. Por conta do movimento baixo, adiei a reposição das mercadorias para não ter dívidas altas, nem estoques altos (além de providenciar tudo "fresquinho" no começo do ano). Portanto deixei para fazer as compras tão logo retornássemos das férias.

3. Escolhi desligar do trabalho. Foi difícil porque o lado "agência de viagens" estava com clientes chegando, partindo e comprando. Mas desligar do café foi bem mais tranquilo.

4. Resolvi viajar para repor a energia e curtir minha família. Com isso teria mais ânimo (e mais criatividade) para encarar o temido ano que estava por vir.

Neste cenário, adiei 1 dia meu retorno, e aquele que seria o último dia de férias foi interrompido com a notícia terrível: a loja inundou.

Nem preciso dizer que imediatamente perdi o apetite e adiantei o retorno. Meu corpo parecia entorpecido (e enformigando) pela notícia. Prejuízo para quem até agora havia trabalhado mais de 12 meses seguidos, por muito mais do que 12 horas diárias, virava finais de semana em home office e ainda não tinha colocado um real no bolso. Vi meus sonhos de "grande virada" escorrerem pelo ralo já no primeiro dia útil do ano.

Ver as portas semifechadas, clientes tentando entrar mas indo embora, cada centavo investido escorrido pelas paredes, e os quadros comprados e pendurados com tanto carinho... inchados e manchados foi de quebrar as minhas pernas.

Ainda não sei o que pensar, sentir, fazer, nem se devo brigar ou se devo me calar. Mas a dor que sinto é a mesma que senti quando perdi pessoas queridas. O desalento é o mesmo que sinto quando vejo vítimas de alagamentos e incêndios. Ainda não tenho nada e já perdi tanto.

Mas as decisões foram quase todas acertadas. As férias coletivas foram úteis e ótimas para mim e meus funcionários. O baixo estoque minimizou as perdas. Não desligar da agência engatilhou novos potenciais clientes (tão necessários neste momento de desespero). E a viagem me fez tomar várias decisões (eu esvaziei a mente e pude ter mais certeza de algumas coisas). Só não deveria ter desligado tanto do café. Talvez se tivesse dado uma passadinha na loja, tudo teria sido resolvido antes... Ou talvez os danos fosse menores. Não sei.

Agora é tocar a vida, tentar minimizar o prejuízo, entender as causas, solucionar o problema para ele nunca mais se repetir, e trabalhar MUITO MAIS. Quero ver se esta estrada vai me levar a algum lugar, e se mesmo assim, vai ser meu ano da virada. Que assim seja.

Um lugar horrível

A entrada é agradável, a sensação é de um lugar moderno, aconchegante. Parece um restaurante ou padaria (ou lanchonete). Você resolve entrar.

Ninguém te recebe, nem te olha, nem dá bom dia. Aliás, fingem que você nem entrou. Você insiste. Escolhe uma mesa e se senta. Aliás, senta e espera...

Há 5 funcionários conversando ou olhando para baixo no balcão. Você tenta uma troca de olhar, um sinal, ergue as mãos num gesto bobo e inútil. Outros clientes entram e acontece a mesma coisa. (Ufa! Estou vivo, por um instante achei que era um fantasma.)

Insiste mais um pouco. Já vai pensando no que vai pedir (como, sem um cardápio?!). Faz uma combinação de opções. Outros clientes - com mais sorte por estarem mais perto dos atendentes - começam a pedir (ninguém levou cardápio). Impaciente, ou por ter amor próprio, a moça da mesa da frente levanta e vai embora.

Depois de uns 15 minutos, 5 clientes passarem na sua frente, sem bom dia e sem cardápio alguém vem e (faz o favor) tira seu pedido.

No dia 26/06/2014 eu escrevi este texto numa padaria próxima ao - naquela época - futuro empreendimento que eu iria abrir. Um local em que eu e uma dezena de pessoas insistia em frequentar. Sobretudo pela falta de opções.

Alguns meses depois, entre outubro e novembro do mesmo ano o local fechou as portas e encerrou as atividades. Por que será? Eu acho que sei a resposta. Espero nunca enveredar por este caminho.


Gabi Nunes
Enviado via iPhone

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Vida Nova

A minha vida já tem sofrido grandes mudanças há algum tempo. Não só por forças externas mas também por dentro, e isso tem resultado em muitas reflexões.

Como amo escrever (e isso é algo que a vida me ensinou), resolvi fazer deste meu blog um diário da minha nova vida empreendedora.

Sempre li e admirei muito os grandes e pequenos (e micros!) empreendedores, com suas biografias desafiadoras, inovadoras, batalhadoras. Mas hoje sei que estas são as narrativas do lado positivo deste caminho. À mídia (e às pessoas também) só as grandes histórias vencedoras é que geram interesse (e são escritas, lidas, faladas, compartilhadas). E se os números divulgados mostram que cada empreendedor de sucesso teve em média 6 tentativas falhas, onde estão estas histórias? Por que escondê-las e criar o mito de que se você empreender, tudo vai dar certo e você ficará rico?

Acredito que contar um pouco dos meus percalços pode ajudar outras pessoas a entenderem que o caminho é mais íngreme e exaustivo do que imaginam. Que os obstáculos são ainda maiores. Que a força interna deve ser ainda maior do que tudo o que viu e viveu até então. Que amigos e inimigos muitas vezes trocam de papéis. Que o dinheiro mingua, e sua autoestima é ameaçada a cada instante. Que os clientes vêm, mas você precisar ir muito além e triplicar isso para ter algum resultado.

Enfim, a vida é dura, sobretudo para quem escolhe ou é escolhido por este caminho. Se tiver coragem, siga em frente acompanhando o Blog, que eu prometo a minha sinceridade e transparência ao compartilhar cada linha desta minha jornada!




Gabi Nunes
Enviado via iPhone