Choro de bebês
Depois que fui mãe, aprendi que não há nada melhor do que compartilhar dicas, aprendizados e informação com outras pessoas, sejam elas nossas mães, nossos médicos, amigas, conhecidos, babás e outras tantas pessoas. O momento de ser mãe é o momento de compartilhar e de receber. E somando esta com a primeira maternidade, acho que já tenho experiência suficiente para isso, ainda mais se contar tudo o que li, ouvi e vivi nos últimos tempos. Então resolvi criar um espaço para escrever algumas coisas que aprendi na prática e que podem ser úteis para outras mães - e quem sabe elas compartilhem comigo tantas outras coisas.
O primeiro item que queria registrar é a questão do choro. Desde o primeiro instante em que nascem nossos filhos se comunicam conosco por meio do choro. Foi assim que percebi que meus filhos tinham chegado. Ai, que som lindo! Bem, no momento do nascimento é realmente lindo ouvir o choro do seu próprio filho, mas depois esta linda música pode se tornar um ruído difícil de encarar por muito tempo. Aí, só com muita paciência. Coisa de mãe.
Aos poucos aprendi a identificar o significado de cada choro, mas até lá, sofri muito. Mas tem um "esquema" de checagem que me ajuda em vários momentos (sim, porque não é sempre que identificamos o problema ou temos a solução para o choro).
1. Fome - geralmente os bebês choram quando estão com fome, então a primeira coisa é amamentar para tentar aplacar a fome. Muitas vezes precisamos, antes, acalmar as ferinhas para que elas consigam mamar tranquilamente e resolver o problema. Mas se você tentou e não deu certo, vem o passo seguinte.
2. Arroto - muitas vezes o desconforto do ar engolido pelos bebês pode ser o causador do choro. Só o fato de os colocarmos em pé, na posição de arrotar, ajuda nossos pequenos a aliviar o incômodo. Se o bebê já arrotou e ainda chora, o problema pode ser outro.
3. Fralda suja - ainda vai demorar muito para nossos bebês irem sozinhos ao banheiro, mas o fato de estarem com a fralda cheia e suja é motivo de choro para muitos bebês. Eles ficam incomodados com isso e podem abrir o berreiro para sinalizar. Outros, ainda, adoram a sensação de tirar a roupa, e isso acalma bastante. A persistir o choro, faça outras tentativas.
4. Cólicas - você já tentou amamentar, colocou para arrotar, trocou a fralda e nada do choro parar. Pode ser a tal da cólica. Ela sempre vem. E a gente nota porque nossos pequenos ficam com a barriguinha rígida e dobram e esticam as perninhas num ritmo frenético. Geralmente acontece no final da tarde e início da noite. E quando - finalmente - passa, eles adormecem exaustos. Oh, dó. Alguns dizem que determinados alimentos fazem mal, e para outras mães, são outros alimentos. Hora a culpa é do chocolate, do feijão e dos brócolos, hora é o café, o churrasco ou o camarão. Umas comem isso e faz mal, outras comem aquilo e - isso sim - dá uma cólica terrível no bebê. Mas nunca vi ninguém chegar num acordo. Cada mãe sabe o que é melhor (ou o que é bom evitar) para o seu filho, sem uma regra. O importante é detectar quando ela chega e pedir orientação para o seu pediatra. No meu caso sigo um passo a passo que em outro post irei detalhar.
5. Manha - os bebês são muito espertos e aprendem rapidamente a nos dominar. Aquele beicinho lindo muitas vezes é só uma carência momentânea pedindo colo. Nada como um sorriso, um colinho, uma brincadeirinha para logo o choro passar. Um passeio também ajuda a variar a paisagem, dar novos estímulos e acalmar (e cansar) os pequenos. Eles adoram dar uma voltinha, a pé, de carro, de carrinho. Ainda mais se for juntamente com um banho de sol ou se houver outras crianças para interagir.
6. Cansaço físico - também pode ser que eles estejam enjoados de uma determinada posição de colo. Então faça várias tentativas (deitadinhos, sentadinhos, em pé, de barriga para baixo, para um lado, para o outro), muitas vezes só precisam desestressar alguma parte do corpo cansada de tanto ficar na mesma posição. Vale também trocar de colo (da mãe para o pai, e vice-versa). Algumas vezes vale testar uma cadeirinha apropriada, um carrinho e até o bercinho. Neste item, vale até dar um bom banho ou trocar de roupa. Eles ajudam a aliviar o cansaço físico. Neste item entra também o estresse da mãe. Não deixe de pedir ajuda para dar um tempo a si mesma. Bebê no colo e chorando por muito tempo cansa também a mãe. Troque um pouco de colo: vale mãe, empregada, babá, marido, filho mais velho, faxineira, visita. Saia do ambiente por alguns minutos, respire, tome uma água e um ar, e só quando se acalmar, retorne ao local e pegue seu bebê. Ele vai te sentir mais calma e com certeza isso ajudará bastante. Na ausência de uma ajuda, nada de abandonar o bebê. Feche os olhos, respire fundo e se acalme.
7. Sono - sim, eles sentem muito sono, e muitas vezes estão tão cansados que não conseguem dormir. Precisam de uma ajuda extra para conseguir relaxar e se deixar levar pelo sono. Vale embalar, cantar, fazer todos os itens anteriores, levar para um canto mais calmo, silencioso e com luz mais amena. Alguns gostam de paninhos no rosto ou de algum brinquedinho especial. Muitas vezes o soninho resolve todos os problemas e a criança desperta com um delicioso sorriso no rosto.
8. Dor de Ouvido - muitos bebês sofrem com dores de ouvido. Não são só as cólicas, as vilãs que atormentam nossos pequenos. Se você não tem como levar no médico, vale à pena dar uma olhada e até tocar levemente a orelha. Ao menor "disparo" de grito de dor, está solucionado o mistério. Colocar um paninho morno no local ajuda a aliviar. Para prevenir, procure amamentar o bebê com a cabeça levemente mais alta do que o restante do corpo. Assim, você não corre o risco de o leite ir para o canal errado e piorar as coisas. Muito cuidado com cotonetes, alguns médicos recomendam nem usar. Se for inevitável nada de ficar cutucando, a limpeza deve ser somente externa e de dentro para fora.
Se nada disso adiantar, tente tudo novamente, porque - por exemplo - pode ser que ao trocar a fralda, você tenha resolvido o problema mais perturbador, mas uma fominha pode fazer com que o seu bebê não se aquiete. E só repetindo o processo todo para descobrir. Com o tempo, você vai entender da biologia e das necessidades do seu bebê, aí tudo fica mais fácil.
E se ainda assim o choro continuar, talvez seja o caso de ligar para o pediatra ou levar o bebê para um hospital, afinal, bebês que choram muito têm algo a dizer, só não conseguem se expressar tão claramente.
Enfim, ser mãe é lidar com o choro, a ausência dele, interpretar os sinais, tentar e ter muita paciência e amor.
Não é a toa que diz o velho ditado "Ser mãe é padecer no paraíso".
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